Mais de três anos após lançar "Post Pop Depression", Iggy Pop prepara o lançamento de um novo disco, "Free", previsto para chegar aos nosso ouvidos em 06 de setembro.
A faixa liberada hoje, que dá nome ao álbum, mais parece um teaser, em que, sob uma atmosfera minimalista, a lenda do rock, entoa a frase "I want to be free", repetidas vezes.
Confere aí, então:
Também foi liberada a provável tracklist do álbum:
O final dos anos 1960 representaram, para a corrida espacial, o que uma faísca representa para a pólvora. Estados Unidos e União Soviética, em um embate que viria a ser conhecido por Guerra Fria, duelavam, entre outras coisas, pela supremacia do espaço sideral, em sucesivas missões, cada vez mais audaciosas. No cinema, Stanley Kubrick lançava (com o perdão do trocadilho infame), 2001: Uma Odisseia no Espaço, aquela que viria a ser lembrada como uma das grandes obras-primas do cinema de todos os tempos, tendo inspirado uma legião de cineastas a apostarem em histórias épicas envolvendo diferentes mundos, entre eles Steven Spielberg e George Lucas.
Na música o impacto de Kubrick - e da Guerra Fria, é claro - não foi menor. Após assistir à película Bowie - que anos mais tarde viria a ser conhecido como Camaleão, devido a sua inesgotável criatividade e capacidade de se adaptar a novos tempos e personagens - decidiu criar sua própria tragédia espacial. Assim, em 20 de junho de 1969, ele grava, no Trident Studios, em Londres, a versão definitiva de Space Oddity.
A canção conta a história de Major Tom, astronauta enviado a uma missão espacial em meio a grande expectativa dos terráqueos (o assédio em torno do assunto é tão grande que a torre de comando - Ground Control, que, ao que parece, é a única ligação direta que Major Tom tem com a Terra - avisa ao homem do espaço que "os jornais querem saber que camisa você está vestindo").
O lançamento da espaçonave é um sucesso e, incitado pela Ground Control, Major Tom decide desbravar-se pelo espaço sideral. Lá, o astronauta é misteriosamente assolado por um sentimento de calma e resignação - talvez por perceber sua insignificância frente à magnitude do universo - a ponto de abrir mão do controle da espaçonave, ao afirmar que "acho que
minha espaçonave sabe para onde ir". Em seguida, Major Tom parece se dar conta que não há possibilidade de retornar à Terra, se limitando a pedir para que "digam à minha esposa que eu a amo muito", para logo após, ter sua comunicação com o torre cortada, sob gritos de "pode me ouvir Major Tom", vindos do operador da Ground Control.
O single com a faixa, que teve como lado B a também clássica Wild Eyed Boy from Freecloud, teve seu release, não por coincidência, em 11 de julho de 1969, apenas 9 dias antes do lançamento do Apollo 11, voo espacial norte-americano, que ficaria conhecido por ser responsável pelo primeiro pouso na Lua.
Em uma paráfrase bastante válida da frase proferida por Louis Armstrong, Space Oddity, com seus pouco mais de 5 minutos, seria uma pequena canção para Bowie, mas um grande passo para a história do rock.
Vale lembrar, que Major Tom reapareceria em outros sons do camaleão, como Ashes to Ashes, principal single do álbum Scary Monsters (and Super Creeps), de 1980, que revela que o astronauta retornou à Terra, mas entrou em decadência e tornou-se um viciado ("We know Major Tom's a junkie"); e Hallo Spaceboy, que faz parte de Outside, lançado em 1995, em que Bowie dá adeus ao seu garoto do espaço.
Qual foi a maior invenção da humanidade? A roda? A lâmpada? O carro? O avião? A internet? Nada disso. O grande responsável pela evolução da raça humana foi a CERVEJA! Ela quem nos levou a DOMINAR O MUNDO (Pink e Cérebro não conheciam a cerveja, por isso se entende o fracasso deles). Parece óbvio para os apaixonados pela bebida, mas garanto que muitos foram pegos de surpresa. Não acredita? Tem até um documentário sobre o assunto. Curte aí!
Como em muitas bandas de rock, a história do Pink Floyd foi tumultuada, recheada de causos regados a sexo, drogas e loucuras, brigas e muitas reviravoltas Mas, talvez, o primeiro - não direi o maior, porque a trajetória dos ingleses foi tão genial quanto tumultuada - grande baque do grupo tenha sido no início de 1968, com o afastamento de Syd Barrett. Virtuoso, dizem que o músico não resistiu aos prazeres das substâncias alteradoras de percepção e afundou no LSD, até ficar doidão a ponto de perder a capacidade de convivência em grupo. Na real, nada disso é confirmado.
O que se sabe é que, anos depois, os ex-companheiros compuseram o disco "Wish You Were Here" que foi, também, uma homenagem a Barrett - em especial na música Shine On You Crazy Diamond. Uma complicada, que foi resumida no documentário "The Story of Wish You Were Here" e lançado em julho desse ano. Essencial para quem é fã!
É que hoje me peguei pensando que dentro de poucos meses não poderei mais cantar "o tempo é curto, estamos quase já com 30". Mas foi massa! E será ainda mais!!!
Foi com grande surpresa que recebi o convite para o lançamento do livro Santo
Pó/P, do meu brother Everton Cidade em parceria com Gabriel Renner, em uma
pizzaria granfina de São Leopoldo. Poeta de mão cheia, com textos que, ouso
dizer, poderiam ser eternizados, o Cida sempre foi uma figura de altos e baixos.
Nos picos, era incrível. Nas fossas, inacreditável. Dois adjetivos que valem
tanto para as coisas boas e más da vida. Assim ele é. Agora em momento
altíssimo. Não tenho muitas palavras para descrever meu sentimento antes,
durante e após o coquetel de lançamento do livro, na terça-feira (evento,
diga-se, digno de um artista recomposto, que, depois de muito tempo na lama,
redescobre a alegria de viver). Como sempre fui muito sincero com ele, farei o
mesmo aqui. Eu não acreditava que esse livro – prometido desde que lembro de
conhecê-lo – realmente se tornaria realidade um dia. E vale cada segundo dispendido para a leitura. A obra representa, para mim, o ressurgimento de um grande artista, o reerguer do cisne outrora derrotado.
Amanhã tem mais lançamento, dessa vez na Casa da Traça, um dos espaços
alternativos de agitação cultural de Porto Alegre que, dizem, é dos melhores (ainda não tive a
oportunidade de conhecer). As infos, no cartaz acima. Deixo, também, o poema
Lázaro, talvez o mais emblemático do Cida, já que ele já está correndo mundo
pela internet, mesmo. Então separem 5 pilas, apareçam e aproveitem, de lambuja,
um pocket show da Siléste, novo projeto do Cidade com o Leozinho, o Cris e
Madger. Recomendo!
LAZARO
1.
Sou lazaro
O fracasso branco
Fodendo no banco
De trás do teu carro
Sou Lazaro vivo
Entre os mortos
E morto entre os vivos
Sou o produto
Único e inquestionável
De anos de facismo
Católico e capitalista
Sou o único infeliz
Com a bondade e seu
Preciosismo do consumo
Direto e adulto
Sou Lázaro
O fracasso branco
O grande fracasso branco
Com bom gosto
E mãos de santo
Machucadas com pelúcia
E costuradas com pelúcia
Numa emergência de
Hospital público
Sou a ciência
Sou também a violência
Nos milagres que publico
Como meus,
Mas que são teus
Porque todo que sou
Tudo que penso que sou
Que nego que sou
É teu e apenas teu
Pois, sou Lázaro
O fracasso branco
Sou a garganta
Que se fez autofalante
Do que tua voz menda
Sou quem te canta
Com mel e azeite
Com menta e marzipan
Com aftas na língua
Com enfeites baratos
De lojas de rodoviária,
De botecos, de camas,
Onde, apesar do toque,
Nossos sexos permanecem
Secos, miúdos, à míngua,
De beijos
De hóstias
De rezas
Que revelem
Cristo
Entre os mortos
Porque não há morte.
Há distância apenas.
Há rejeição apenas.
E falta de ar
A alegria há
Mas a tão duras penas
Que melhor é abandonar
A felicidade pela
Comodidade
De apenas dormir,
Comer, dormir, acordar,
Sou medíocre como são
Todos os meus,
Mas eles
Ainda tem o amor como benção
Para mim o que sobrou senão
O dom mal usado da pregação
E da escrita ruim
E que desperdícios os atos de amor
Que cometeram por mim
Que grande energia
Desperdiçada com
Essa máquina com
Essa máquina de desgosto
Que sou, essa piada
Essa alma descarrilada
Sobre girassóis e bíblias
Sobre poesias de colégio
Revistas pornográficas
E quem me dera, quem me dera
Ter eu, ainda, forças
Pra mais um sacrilégio
O último dessa minha visa
De asma e fossas.
A eterna poetisa punk divulgou o novo disco no programa AllSongsConsidered, da NPR, que foi ao ar ontem. Patti também falou das músicas e artistas que marcaram sua vida/carreira e atacou de DJ. Da para ouvir aqui.
Um dos grandes responsáveis pelo meu interesse no jornalismo é a Revista Zero [ ]. Fundada em no início do século por Daniel Motta, Luiz César Pimentel e Marcos Bezzi, a publicação marcou o início da minha idade adulta (que até hoje não emplacou) com um trabalho ao mesmo tempo irreverente e sério, que abordava temas com viés diferenciado das outras magazines e, principalmente, antenada para o que surgia de mais bacana no que dizia respeito à música e cultura pop, que iam de rock a pornografia. Em tempos em que a internet engatinhava, a Zero[ ] era uma onda de jornalisto refinado em um mar de mediocridade.
Infelizmente, por questões econômicas, a revista não vingou e, após três ou quatro anos, foi extinta. Felizmente, para os saudosistas - e também para aqueles que se interessam por jornalismo de qualidade - as edições da Zero [ ] foram disponilizadas para download. Dá para ler ou baixar aqui. Divirtam-se!!!
Por alguns instantes, durante uma apresentação na BBC Radio 1, Usher deixou o R&B e de lado e incorporou uma faceta rock bem bacana, com uma versão gingada para Pump Up Kicks dos californianos do Foster The People. Ficou bizarro. Ficou massa!
Quem me conhece sabe (mentira, quase ninguém sabe) que sou entusiasta dos ritmos considerados bregas - ou, neologisticamente batizados de "música super popular brasileira. E o Falamansa, com seu forró bonito foi um dos grandes responsáveis pelas minhas descobertas musicais neste século. Por isso no poderia deixar de comentar como os sons das classes menos favorecidas inspiram e acabam caindo no até pouco tempo intocável panteão alta cultura brasileira. E a Mallu Magalhães está aí para provar, com uma versão destruidora (no sentido de destruir a música) de Xote dos Milagres. Apesar da falta de tato da ex-menina-agora-mulher-mallu, a versão vale para mostrar que o elitismo cultural no Brasil morreu há, pelo menos, 10 anos!